defronte para a câmara mesmo assim é possível observar a
característica mancha peitoral amarela e atentar no pormenor
dos seus contornos, o que se revela fundamental
para a individualização deste animal.
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Metodologia e Resultados
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Ao longo dos 16 meses de trabalho de campo numa floresta das serras do Alto Minho foram colocadas 12 estações fotográficas, tendo sido registada a presença de Marta (Martes martes) em 9 delas.
As máquinas fotográficas activadas por movimento posicionadas mais a Norte e mais a Sul distavam entre si aproximadamente 4 km. As câmaras colocadas mais a Ocidente e mais a Oriente distavam por sua vez 2,5 km. A distância média entre estações fotográficas contíguas foi de 460 metros.
A área efectivamente estudada foi de cerca de 10 quilómetros quadrados. Neste território foi possível identificar um mínimo de 5 martas distintas.
Deve-se referir que os dados obtidos não são suficientes para a determinação das densidades médias destes mustelídeos uma vez que a totalidade da floresta não foi abrangida pelo esforço de campo. A título meramente indicativo pode-se contudo admitir densidades aproximadas de 5 martas por 10 quilómetros quadrados na zona central do bosque. Apesar da disparidade de ecossistemas e regiões climáticas estes dados correlacionam-se com os de Zalewski A. (in Ann. Zool. Fennici 32:131-144) que na floresta primitiva de Bialowieza na Polónia, em estudo por radiotracking com 6 martas marcadas, obteve uma densidade média de 5,43 martas por 10 quilómetros quadrados.
É importante realçar contudo que as densidades médias de martas podem ser muito diferentes consoante a área estudada (de 1 até 12 martas por 10 quilómetros quadrados; in Collins Field Guide - Mammals of Britain and Europe). Talvez por isso a melhor medida para determinar o grau de ameaça sobre esta população seja a presença da Fuinha (Martes foina). Em florestas maduras com populações estáveis de marta a fuinha tem uma densidade vestigial, ocorrendo principalmente próximo a áreas habitadas; nesta floresta do Alto Minho, e apesar das condições ecológicas favoráveis, a presença da fuinha é ainda importante, com um ratio aproximado de 1:3 (favorável à marta).
Torna-se imperativo um estudo a médio/longo prazo da evolução das populações destes mustelídeos para conhecer a real tendência dos seus efectivos.