Exemplar de Amieiro (Alnus glutinosa) centenário, num vale paradisíaco.
O perímetro do tronco deste amieiro atinge vários metros.
Raízes "embebidas" em água cristalina, num local recôndito do vale.
Primeiro atravessa-se um extenso carvalhal de Carvalho-negral (Quercus pyrenaica), depois prados há muito abandonados do seu propósito agrícola e finalmente vislumbra-se o vale. Poucos lugares como este ainda restam na Península Ibérica: um rio de águas translúcidas envolvido por uma galeria ripícola na qual predominam Amieiros (Alnus glutinosa) centenários!
Caminhar ao longo do vale corresponde a uma viagem no tempo, pois a cada curva do curso de água sucedem-se as árvores monumentais. Esta galeria lenhosa ribeirinha, que durante séculos escapou ao fogo e ao machado do Homem, fornece matéria orgânica em abundância ao leito fluvial. Cria assim as condições para o estabelecimento de colónias de microorganismos decompositores e de invertebrados aquáticos, base da alimentação de aves tão raras como o Melro de água (Cinclus cinclus).
Tão antigo e tão frágil (motivo pelo qual não revelo a sua localização, que me perdoem os leitores), este ecossistema constitui uma amostra insuperável do que o nosso país tem de melhor...