
Blogue sobre a Natureza da Península Ibérica, as suas áreas naturais mais importantes e denúncias de atentados ambientais.
29 dezembro 2005
Reunião de família

27 dezembro 2005
Abrigos de pastores

Construídos à base de pesados blocos graníticos muitos deles mantêm-se intactos até aos nossos dias, testemunho da relação íntima do Homem com a Natureza.
A sua simplicidade e silhueta elegante são um exemplo perfeito de integração harmoniosa na paisagem. E ainda hoje num dia de chuva constituem o melhor dos abrigos para o caminhante desprevenido...
22 dezembro 2005
A Marta - todo um mito em Portugal

12 dezembro 2005
Picanço-de-dorso-ruivo: o livro

06 dezembro 2005
O regresso da neve

30 novembro 2005
Visitar Muniellos

21 novembro 2005
Muniellos - o grande Bosque Ibérico

15 novembro 2005
Venda de peles de Raposa no Parque Nacional

07 novembro 2005
Os segredos de uma floresta dos Arcos de Valdevez - Conclusão

Com este trabalho pretende-se chamar a atenção para a riqueza natural das Serras do Noroeste Peninsular e para a necessidade urgente de as valorizar e preservar.
31 outubro 2005
Os segredos de uma floresta dos Arcos de Valdevez - 5ª parte

Esta floresta apesar de incluída entre as áreas protegidas do território português, enfrenta sérios problemas de conservação:
- Os incêndios florestais, originados principalmente por queimadas de pastores, são uma constante durante todo o ano. Não deixa de ser elucidativo o facto de que com um comprimento máximo de 3 km, esta seja uma das maiores florestas do concelho de Arcos de Valdevez.
- A caça causa grande pressão sobre a fauna, sendo frequente a passagem de caçadores com os seus cães pelo interior da floresta.
A vigilância por parte das autoridades competentes é praticamente inexistente. Durante os vários meses de trabalho de campo nunca os autores encontraram qualquer agente de autoridade. - O sobrepastoreio (principalmente bovino) é uma realidade das serras da Peneda e do Soajo. Embora a pastorícia seja uma actividade secular e possa beneficiar determinadas espécies, como o lobo, quando em excesso reduz o sub-bosque da floresta, impede a sua regeneração e contribui decisivamente para o empobrecimento da flora.
- Os cães assilvestrados constituem um dos graves problemas da área de estudo pela predação que podem exercer sobre as presas silvestres e o gado doméstico (com os danos a serem injustamente imputados ao lobo), podendo inclusive atacar o Homem.
- A existência de 2 parques de campismo praticamente contíguos, pode originar perturbações importantes, principalmente durante a época de reprodução e nascimento de várias espécies de mamíferos e aves (Primavera e Verão).
26 outubro 2005
Os segredos de uma floresta dos Arcos de Valdevez - 4ª parte



Entre os carnívoros de pequeno e médio porte contam-se a fuinha, a gineta e a raposa. A primeira habita o extremo ocidental da floresta, mais humanizado, enquanto a segunda prefere as zonas a oriente, mais tranquilas. Já a raposa tem uma distribuição ubíqua.
No topo da pirâmide ecológica encontra-se o Lobo, que patrulha os principais trilhos das serras da Peneda e do Soajo.
17 outubro 2005
Os segredos de uma floresta dos Arcos de Valdevez - 3ª parte
Como se pode ver no gráfico 1 foram fotografados lobo, raposa, gineta, fuinha, corço, javali, rato-do-bosque, cães assilvestrados e gado bovino. Os mamíferos mais fotografados foram a raposa, a fuinha, o corço e o javali.
Refira-se que a gineta e a fuinha têm territórios bem delimitados, praticamente não existindo sobreposição entre as duas espécies, enquanto que, por exemplo, a raposa pode ser encontrada por toda a floresta.
A área de estudo goza ainda de alguma tranquilidade motivo pelo qual foi possível documentar a actividade diurna de alguns mamíferos, como se observa no gráfico 2.
10 outubro 2005
Os segredos de uma floresta dos Arcos de Valdevez – 2ª parte
Nos trilhos mais importantes encontraram-se dejectos de Lobo (Canis lupus), Raposa (Vulpes vulpes), Corço (Capreolus capreolus), Javali (Sus scrofa) e Gineta (Genetta genetta). O único mamífero directamente observado foi o Esquilo (Sciurus vulgaris), do qual se podem encontrar indícios de presença por toda a floresta.
Foram avistados ou escutados várias espécies de aves como a Águia-de-asa-redonda (Buteo buteo), Gavião (Accipiter nisus), Gaio-comum (Garrulus glandarius), Pica-pau-malhado-grande (Dendrocopus major), Pica-pau verde (Picus viridis), Pisco-de-peito-ruivo (Erithacus rubecula), Chapim-azul (Parus caeruleus), Chapim-real (Parus major), Chapim-rabilongo (Aegithalos caudaus), Chapim-de-poupa (Parus Cristatus), Tentilhão (Fringilla coelebs), Verdilhão (Carduelis chloris).
As câmaras fotográficas activadas por sensor de movimento foram colocadas entre 7 de Novembro de 2004 e 26 de Fevereiro de 2005. O número de câmaras em campo variou entre 2 e 4. Estiveram activas por um total de 232 dias, cobrindo diferentes biótopos florestais, a diferentes altitudes. Durante este período de tempo as condições meteorológicas caracterizaram-se por tempo frio e seco com temperaturas médias próximas dos 5º C.
04 outubro 2005
Os segredos de uma floresta dos Arcos de Valdevez - 1ª parte

A mata estende-se entre os 550 e os 1200 metros de altitude e compreende uma área de 6 Km quadrados. Nas altitudes mais baixas existem várias estruturas importantes como 2 parques de campismo, um centro hípico e uma estrada Nacional; o ponto mais elevado alcança os 1216 m de altitude e é uma zona isolada de difícil acesso; a ocidente está limitada por um curso fluvial; a oriente o limite é menos definido devido aos variados incêndios que anos após ano lhe reduzem a dimensão.
O coberto vegetal é variado, composto por manchas de Pinheiros-silvestres (Pinus sylvestris), Ciprestes (Chamaecyparis lawsoniana), Castanheiros (Castanea Sativa), Faias (Fagus sylvatica), Carvalhos (Quercus robur) e Bétulas (Bétula pubescens). Dispersos pelas manchas de caducifólias encontram-se alguns exemplares de azevinho (Ilex aquifolium). Destaca-se na floresta uma importante diversidade de fungos pois encontramo-nos na zona mais chuvosa do país, com cerca de 3000 mm de precipitação média anual.
29 setembro 2005
Os segredos de uma floresta dos Arcos de Valdevez - Introdução

20 setembro 2005
Mito rural: a solta de lobos
Tal como os famosos mitos urbanos assiste-se hoje no mundo rural português ao surgimento de um novo mito, transversal a diferentes gerações e classes sociais: a solta de lobos (Canis lupus)...
É palavra comum nas aldeias do Norte de Portugal, que o Estado, organizações conservacionistas ou particulares procedem à libertação de lobos-ibéricos (Canis lupus signatus).
O contorno do “acontecimento” é sempre o mesmo:
- A solta nunca foi presenciada por aquele que conta a história mas a fonte é de "confiança".
- Dos meios utilizados consta habitualmente uma carrinha branca que ao cair da noite percorre as serras libertando os animais…
- Existem então “novos lobos”, de porte e pelagem diferentes dos lobos tradicionais e que não fogem quando encontram o Homem (como sempre aconteceu em milénios de coexistência Homem/Lobo).
De tão repetido este folclore assume contornos de axioma e quem o tente desmontar encontra invariavelmente o antagonismo, a desconfiança e até a agressividade.
Realmente é irónico que num país em que o Estado não apresenta qualquer projecto de reintrodução da fauna mais ameaçada, a ignorância leve a que o povo acredite que as instituições de conservação da natureza funcionem bastante melhor do que aquilo que na verdade acontece…
09 setembro 2005
Depósitos de lixo nas nossas montanhas

Eis uma imagem frequente das nossas serras... mas que também acontece em Espanha (a foto foi obtida nas montanhas leonesas).
04 setembro 2005
Actividade diurna dos mamíferos
Contudo em locais tranquilos e com boa cobertura vegetal, mesmo os ungulados mais esquivos estão activos quando o Sol já vai alto.
É o caso deste corço (Capreolus capreolus) fotografado às primeiras horas da manhã numa floresta mista de carvalhos e pinheiros-silvestres num vale remoto do Nordeste Transmontano.
28 agosto 2005
A importância dos matagais

Nestes dias de incêndios devastadores, a atenção da comunicação social recai sobre a extensão das manchas florestais ardidas e os meios de combate ao fogo mobilizados. Poucas vezes se fala do tipo de floresta consumido pelas chamas e despreza-se a destruição das formações arbustivas, vulgarmente designadas por "matos".
Contudo, entre os vários matagais que povoam as nossas serras, existem algumas formações que assumem grande importância para a fauna. Merece particular destaque a uva-do-monte (Vaccinium myrtillus), retratada na foto acima, que por estas alturas se torna um importante recurso trófico nas serras do Norte peninsular.
A destruição do "mato" pelo fogo, é muitas vezes também uma tragédia para o nosso meio natural...
24 agosto 2005
Sinais de esperança

15 agosto 2005
Os ventos da discórdia

- Impacto visual. A paisagem representa um valor por si própria, um investimento a longo prazo na imagem do país. As serras mais interessantes a nível geológico, florestal e de maior harmonia paisagística (alcançada através do paciente trabalho de séculos das populações locais) deveriam ser poupadas.
- Impacto sobre a fauna. Para serem construídos parques eólicos é necessário abrir autênticas auto-estradas de terra batida em zonas ecologicamente sensíveis, para a instalação dos enormes aerogeradores. Uma vez concluída a obra estas estradas permanecem, tornando acessível o que antes era remoto, facilitando a caça furtiva e a perturbação sobre os últimos lobos ou águias-reais.
É preciso urgentemente ordenar a instalação de aerogeradores no país. Há zonas que pelos motivos acima expostos simplesmente não podem comportar parques eólicos!
07 agosto 2005
Sinais da presença de Lobo
03 agosto 2005
Ocaso da Águia-real na Peneda-Gerês

Em todo o Portugal este é o local que goza de um maior grau de protecção ambiental e onde a conservação da natureza assume a maior importância. Se não conseguirmos salvar um dos símbolos do Parque Nacional, ou pelo menos tentarmos, então conservar a natureza em Portugal será uma expressão desprovida de sentido.
31 julho 2005
Cordilheira Cantábrica

28 julho 2005
O Javali

20 julho 2005
Corços


Ocorre fundamentalmente a Norte do Rio Douro, onde nunca alcança grandes densidades devido provavelmente à fragmentação do habitat e à caça furtiva.
As fotos, efectuadas por uma câmara activada por um sensor de movimento, confirmam que por esta altura (época do acasalamento) macho e fêmea frequentam o mesmo território.
Os carvalhais de Montalegre

Em Montalegre é frequente encontrarem-se mosaicos de paisagem, em que os carvalhais de carvalho-negral alternam com os sempre verdes prados de lima.
Neste biótopo a variedade de fauna é notável, contudo a sua observação nem sempre é fácil devido aos hábitos crepusculares da maioria dos animais.
Coloquei camâras fotográficas activadas por sensor de movimento para tentar determinar que mamíferos habitam estes bosquetes caducifólios .