22 junho 2007

Evolução das populações de aves de rapina na Península Ibérica (6)

Exemplar de Bufo-real (Bubo bubo).

(continuação do post anterior)


O Mocho-galego (Athene noctua) é possivelmente a rapina nocturna mais avistada durante o dia graças ao seu hábito de pousar em postes que ladeiam as estradas ou telhados de habitações. Como habitat prefere as paisagens abertas de clima mediterrâneo, evitando os bosques densos e as zonas de montanha. Na Península Ibérica é uma espécie comum contabilizando-se mais de 50 mil casais reprodutores contudo admite-se que ao longo dos últimos cinco anos a sua população se encontre em declive.

O Bufo-real (Bubo bubo) é a maior das aves de rapina nocturnas, impressionando pela sua grande envergadura e garras poderosas. Em Portugal distribui-se pelo interior Transmontano, Beira Interior, interior Alentejano e Algarve. A população ibérica compreende mais de 3 mil parelhas reprodutoras apresentando uma tendência global de aumento entre os anos 2000 e 2005. Encontra-se classificado como "Quase Ameaçado" no Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal e como "Pouco Preocupante" no Libro Rojo dos Vertebrados de España.

(continua no próximo post)

15 junho 2007

Evolução das populações de aves de rapina na Península Ibérica (5)

Mocho-d´orelhas (Otus scops) adulto.
(continuação do post anterior)

A Coruja-das-torres (Tyto alba) é uma das aves de rapina nocturnas mais comuns. É frequente avistá-la em voo a baixa altitude sobre as estradas que atravessam prados e campos agrícolas, o que a torna vítima frequente de atropelamentos. Estima-se que em toda a Península Ibérica existam entre 50 a 100 mil casais reprodutores, especulando-se que a sua população esteja em declive devido ao abandono das actividades agrícolas tradicionais e ao uso de pesticidas. No "Libro Rojo de los Vertebrados de España", editado em 2004, considera-se que esteja "Em Perigo de Extinção". Curiosamente no "Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal", editado em 2006, o seu estatuto de conservação é de "Pouco Preocupante"...

O Mocho-d´orelhas (Otus scops) é a mais pequena das rapinas nocturnas ibéricas. Visita-nos no Verão enchendo as noites com a sua belíssima vocalização. É mais comum a Norte de Portugal que no Sul e prefere as zonas de baixa altitude evitando os maciços montanhosos. Entre os anos 2000 e 2005 a sua população peninsular manteve-se nos 30 mil casais reprodutores contudo a informação sobre a espécie é escassa o que dificulta a determinação da sua viabilidade a médio/longo prazo.

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08 junho 2007

Evolução das populações de aves de rapina na Península Ibérica (4)

Águia de Bonelli (Hieraaetus fasciatus) no ninho.

(continuação do post anterior)

A Águia-cobreira (Circaetus gallicus) é um visitante estival proveniente da África tropical e que se distribui pelas principais montanhas ibéricas. Existem em Portugal e Espanha cerca de 2000 casais reprodutores cujo efectivo se manteve estável ao longo dos últimos cinco anos.

A Águia-calçada (Hieraaetus pennatus) conta na Península Ibérica com aproximadamente quatro mil casais reprodutores, número este que se tem mantido estável neste início de milénio. É um visitante estival que prefere a metade ocidental peninsular alcançando no nosso país as maiores densidades populacionais no Alto Alentejo.

A Águia-perdigueira ou Águia de Bonelli (Hiaraaetus fasciatus) é um dos tesouros da Fauna Ibérica. É uma ave de rapina de silhueta aproximada à águia-real, grande e forte, com asas mais curtas. Em Portugal distribui-se principalmente pelo Alto Douro, Vale do Sabor, Tejo Internacional e Alentejo. Embora prefira escarpas para instalar os seus ninhos esta tendência é contrariada nas serras do sudoeste alentejano onde a nidificação se verifica em árvores de grande porte. Classificada como "Em Perigo de Extinção" a nível europeu, a sua população decresceu na Península Ibérica das 700 a 800 parelhas reprodutoras no ano 2000 para as 650 a 700 no ano 2005.

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