Exemplar de Tritão-marmorado (Triturus marmoratus).
Ao final da tarde o anfíbio avançava desajeitado pelo trilho tendo sido salvo in extremis de uma pisadela provavelmente letal pelo olhar atento de um amigo. Perante nós encontrava-se um anfíbio peculiar, com cerca de 5 cm de comprimento, dorso de coloração esverdeada atravessado por uma vistosa linha alaranjada e manchas escuras de tamanho variável: o Tritão-marmorado (Triturus marmoratus).
Esta espécie apresenta uma ampla distribuição em Portugal. Com efeito habita uma grande variedade de biótopos desde as zonas agrícolas costeiras às altas montanhas do Norte e Centro de Portugal, desde que esteja satisfeita uma condição essencial: a proximidade da água, sob a forma de charcos, tanques, lagoas ou albufeiras.
Tal como todos os anfíbios o tritão-marmorado depende do meio aquático para se reproduzir. Os machos são os primeiros a chegar ao local de acasalamento, habitualmente massas de água paradas ou de baixa corrente com vegetação aquática associada. A partir do mês de Outubro, com a chegada das fêmeas, inicia-se a reprodução que culmina com a postura de entre 150 a 400 ovos.
No Verão seguinte completa-se a fase larvar e observam-se os primeiros juvenis que, se conseguirem sobreviver à predação pela Cobra-de-água (Natrix natrix) ou Cegonha-branca (Ciconia ciconia), poderão viver em estado selvagem por mais de 10 anos.