O dia amanhece naquele vale remoto e as escarpas graniticas que ladeiam o estreito ribeiro são progressivamente banhadas pela luz do Sol. Subitamente, um exemplar do mais ágil mamífero ibérico, a Cabra-montês (Capra pyrenaica), destaca-se na paisagem quando salta de um pequeno ressalto para uma parede aparentemente vertical. De seguida dezenas de outras cabras seguem o líder do grupo, evoluindo por rotas impossíveis de escalada da montanha.
Este espectáculo da Natureza ocorre em Portugal desde 1999, altura em que, a partir do Parque Natural Baixa Limia-Serra do Xurés localizado na Galiza, 2 grupos de cabra-montês (subespécie victoriae) escaparam de um cercado de aclimatação e ocuparam o contíguo Parque Nacional da Peneda-Gerês já em terras lusas.
Desde então estes grupos fundadores prosperaram e actualmente ocupam alguns dos mais belos locais do único Parque Nacional português. Mais: a nível europeu as serras do Alto Minho são dos raros locais onde populações selvagens de cabras-montesas sofrem a predação selectiva exercida por populações estáveis de Lobo-ibérico (Canis lupus signatus).
Apesar de os últimos anos terem-se revelados auspiciosos, a cabra-montês atravessa um risco real de extinção no nosso país devido à baixa variabilidade genética relacionada com o número reduzido de indíviduos fundadores. O Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal (ICNB) atribui-lhe portanto o mais desfavorável estatuto de conservação: Criticamente em Perigo de Extinção. Oxalá os portugueses tenham aprendido com erros do passado e possam conservar esta autêntica jóia da Fauna Ibérica.
Desde então estes grupos fundadores prosperaram e actualmente ocupam alguns dos mais belos locais do único Parque Nacional português. Mais: a nível europeu as serras do Alto Minho são dos raros locais onde populações selvagens de cabras-montesas sofrem a predação selectiva exercida por populações estáveis de Lobo-ibérico (Canis lupus signatus).
Apesar de os últimos anos terem-se revelados auspiciosos, a cabra-montês atravessa um risco real de extinção no nosso país devido à baixa variabilidade genética relacionada com o número reduzido de indíviduos fundadores. O Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal (ICNB) atribui-lhe portanto o mais desfavorável estatuto de conservação: Criticamente em Perigo de Extinção. Oxalá os portugueses tenham aprendido com erros do passado e possam conservar esta autêntica jóia da Fauna Ibérica.