O Lince ibérico (Lynx pardinus) é uma espécie gravemente ameaçada que apenas sobrevive em Portugal e em Espanha ligada a habitats de bosque e mato mediterrâneos.
Entre 2000 e 2003 o lince ibérico foi objecto de um aprofundado censo populacional nas principais áreas potenciais para a espécie utilizando métodos directos e objectivos (como a análise de ADN de excrementos ou a utilização de câmaras fotográficas activadas por sensores de movimento). Os dados obtidos revelaram uma drástica regressão da área de distribuição histórica e dos efectivos populacionais da espécie em toda a Península (El Lince ibérico, Lynx pardinus, en España e Portugal: Censo-diagnóstico de sus poblaciones, Guzmán et al. 2004).
Assim, no final de 2003, apenas sobreviviam cerca de 160 linces ibéricos repartidos em duas populações reprodutoras: a do Parque Nacional de Doñana (com 24 a 33 animais adultos) e a das Serras de Andújar-Cardeña (com 60 a 110 exemplares), ocupando de forma estável uma área de 500 km quadrados. Verificou-se a presença de apenas 8 fêmeas reprodutoras em Doñana e de entre 18 a 23 em Andújar-Cardeña.
Em Portugal, dos 278 excrementos suspeitos de pertencerem a lince analisados, apenas 3 foram positivos: 2 recolhidos no Vale da Ursa na Serra da Malcata em Março de 1997 e outro recolhido na Adiça no final de 2001 (Santos-Reis, 2003). Embora não se possa afirmar a sua extinção no nosso país o cenário é bastante pessimista, com o desaparecimento do lince dos enclaves tradicionalmente mais importantes para a espécie ao longo da segunda metade da década de noventa .
A distribuição deste felino na Península Ibérica corresponde a pequenas áreas remotas que mantêm elevadas densidades da sua principal presa, o Coelho (Oryctolagus cuniculus). Recentemente o seu estatuto de conservação foi reclassificado pela UICN (The World Conservation Union) encontrando-se agora na categoria de "Risco Crítico de Extinção".
No próximo post falarei das medidas actualmente em marcha para impedir a extinção deste símbolo da Natureza Ibérica. Para terminar este texto (e já agora este ano) de forma mais agradável adianto desde já que algumas destas acções têm obtido resultados extremamente positivos...
Para todos os leitores do blogue Fauna Ibérica os meus votos sinceros de um óptimo ano 2007, repleto de saúde e de projectos realizados!
Entre 2000 e 2003 o lince ibérico foi objecto de um aprofundado censo populacional nas principais áreas potenciais para a espécie utilizando métodos directos e objectivos (como a análise de ADN de excrementos ou a utilização de câmaras fotográficas activadas por sensores de movimento). Os dados obtidos revelaram uma drástica regressão da área de distribuição histórica e dos efectivos populacionais da espécie em toda a Península (El Lince ibérico, Lynx pardinus, en España e Portugal: Censo-diagnóstico de sus poblaciones, Guzmán et al. 2004).
Assim, no final de 2003, apenas sobreviviam cerca de 160 linces ibéricos repartidos em duas populações reprodutoras: a do Parque Nacional de Doñana (com 24 a 33 animais adultos) e a das Serras de Andújar-Cardeña (com 60 a 110 exemplares), ocupando de forma estável uma área de 500 km quadrados. Verificou-se a presença de apenas 8 fêmeas reprodutoras em Doñana e de entre 18 a 23 em Andújar-Cardeña.
Em Portugal, dos 278 excrementos suspeitos de pertencerem a lince analisados, apenas 3 foram positivos: 2 recolhidos no Vale da Ursa na Serra da Malcata em Março de 1997 e outro recolhido na Adiça no final de 2001 (Santos-Reis, 2003). Embora não se possa afirmar a sua extinção no nosso país o cenário é bastante pessimista, com o desaparecimento do lince dos enclaves tradicionalmente mais importantes para a espécie ao longo da segunda metade da década de noventa .
A distribuição deste felino na Península Ibérica corresponde a pequenas áreas remotas que mantêm elevadas densidades da sua principal presa, o Coelho (Oryctolagus cuniculus). Recentemente o seu estatuto de conservação foi reclassificado pela UICN (The World Conservation Union) encontrando-se agora na categoria de "Risco Crítico de Extinção".
No próximo post falarei das medidas actualmente em marcha para impedir a extinção deste símbolo da Natureza Ibérica. Para terminar este texto (e já agora este ano) de forma mais agradável adianto desde já que algumas destas acções têm obtido resultados extremamente positivos...
Para todos os leitores do blogue Fauna Ibérica os meus votos sinceros de um óptimo ano 2007, repleto de saúde e de projectos realizados!