Obtida ao pôr-do-sol e desde uma grande distância para não perturbar a ave, esta imagem revela em toda a sua fragilidade a infância de um dos mais fantásticos super-predadores portugueses:
a Águia-real (Aquila chrysaetos)...
a Águia-real (Aquila chrysaetos)...
O dia chegava ao fim e a tranquilidade daquele vale remoto do interior transmontano apenas era quebrada pelo voo ocasional de um Papa-figos (Oriolus oriolus). No rio por baixo de mim a água corria límpida e um Melro-d´água (Cinclus cinclus) mergulhava incessantemente tentando capturar o maior número de invertebrados para alimentar a sua prole. Apesar do calor que se fazia sentir e do trilho por onde caminhava conduzir até ao convidativo curso de água, detive-me a meia encosta contemplando a imponente escarpa que se elevava na margem oposta. Perante mim surgiam 2 fantásticas construções, praticamente contíguas, localizadas nas fendas mais inacessíveis: lenha acumulada durante anos constituía a matéria-prima de 2 ninhos de dimensões inesperadas, ambos com mais de 5 metros de altura e outro tanto de largura. Quem no passado tenha visto um ninho semelhante sabe que apenas uma das nossas aves, a mais poderosa, seria capaz de tal façanha: encontrava-me perante o local de nidificação da Águia-real (Aquila chrysaetos).
Sentei-me a contemplar os ninhos. Olhei para o céu, depois para as principais árvores e para os poisos situados na linha do horizonte tentando encontrar a rainha das aves mas sem sucesso. Peguei então nos binóculos e apontei-os para os gigantescos ninhos: no mais discreto, no mais resguardado, um aguioto já de apreciável tamanho devolvia a minha curiosidade fixando-me com o seu olhar de rapina.
Lá em baixo a água continuava a correr por entre as margens recobertas de zimbro, ao fundo um belíssimo castelo testemunha de duras batalhas pela posse desta terra dominava a paisagem e eu, aconchegado pelo olhar ingénuo da jovem águia-real e pelo vento quente de uma tarde de Verão, sentia-me feliz por ser português e ainda existirem locais assim em Portugal...
Sentei-me a contemplar os ninhos. Olhei para o céu, depois para as principais árvores e para os poisos situados na linha do horizonte tentando encontrar a rainha das aves mas sem sucesso. Peguei então nos binóculos e apontei-os para os gigantescos ninhos: no mais discreto, no mais resguardado, um aguioto já de apreciável tamanho devolvia a minha curiosidade fixando-me com o seu olhar de rapina.
Lá em baixo a água continuava a correr por entre as margens recobertas de zimbro, ao fundo um belíssimo castelo testemunha de duras batalhas pela posse desta terra dominava a paisagem e eu, aconchegado pelo olhar ingénuo da jovem águia-real e pelo vento quente de uma tarde de Verão, sentia-me feliz por ser português e ainda existirem locais assim em Portugal...
2 comentários:
Excelente relato. Consigo imaginar perfeitamente a sua visão. Fico contente por saber que ainda existem muitas pessoas que partilham a emoção do deambular pela montanha. E quando se avista o ninho de uma destas aves... é como uma cereja em cima de um bolo!
Estas imagens são de onde?
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