13 junho 2011

Vida e morte na Natureza lusitana

Lobo-ibérico (Canis lupus signatus) fotografado há duas semanas no Norte de Portugal transportando o resultado da sua caçada.


Maio de 2011: o dia aproxima-se do fim numa remota serra transmontana. Ao fundo, no vale, crias de Lobo-ibérico (Canis lupus signatus) com apenas algumas semanas de vida esperam pela chegada de comida. Os dias sucedem-se, a fome aperta e a caça não vem. Mas hoje tudo vai ser diferente...
A poucas centenas de metros do local habitual de cria uma câmara fotográfica activada por movimento detecta um momento íntimo na vida desta alcateia. Poucos minutos passam das 19 horas quando um lobo adulto apressa-se a regressar para junto da família e é fotografado. A cabeça de cria de Veado (Cervus elaphus) que transporta entre as presas e o abdómen bastante dilatado que se pode ver na imagem são sinais de uma refeição faustosa. Não para si mas para as suas crias...
Uma vez chegado ao vale as crias irão rodeá-lo, lambendo-lhe o focinho. Num gesto repetido desde há milénios ele irá regurgitar o que ingeriu minutos antes e será o produto dessa regurgitação e a cabeça de veado que irão alimentar a nova geração de lobos portugueses.
O país está em crise mas a nossa Natureza permanece única e vibrante como sempre o foi...

7 comentários:

OzzyWolf disse...

:)
Tão reconfortante!

Helder disse...

Que belo animal! Mais uma vez muito obrigado por partilhar estes tesouros. Por favor continue.Abraço.

Hélder Castro

kaldas disse...

Lindo! Continue por favor.

Anónimo disse...

Bela imagem

Albano Alavedra disse...

É de facto reconfortante. Imagen como esta, é que nos faz pensar o quanto é importante a conservação de espaços Naturais (sem intrevenção humana).

Fabiano disse...

A fauna do meu país (Brasil) pode ser uma das mais ricas do mundo, mas há certas partes do globo que apresentam uma beleza única. Fico feliz por saber que, em que pesem as turbulências do momento, Portugal continua com uma fauna vibrante e o belo e mítico lobo continua o seu vagar pelas oníricas paisagens do norte português, terra do meu avô e de sua irmã, minha tia-avó, a barrista Rosa Ramalho que também simboliza essa zona. Bela foto.

j.bom.rapaz disse...

Pedindo desculpa antecipadamente pela minha não concordancia com tanto optimismo, diria que provavelmente a sobrevivencia da espécie não merece assim tanto optimismo.
As noticias que correm pelos meus lados (Serra do Montemuro) é a de envenenamentos sistemáticos de carcaças de ovelhas e cabras mortas por lobos. A serra onde vivo tinha a maior comunidade de lobos a sul do Douro. TINHA.