Lobo-ibérico da Alcateia de Bragança Norte próximo ao Centro de Actividade fotografado às 12 horas de um dia de Maio (selecionar a imagem para ampliar).
Alcateia de Bragança Sul a patrulhar o território numa noite chuvosa de Março de 2010 (selecionar play no canto inferior esquerdo para observar vídeo).
Discussão
O seguimento ao longo de vários
anos de alcateias próximo à cidade de Bragança permite a aquisição de conhecimentos aprofundados
sobre os grupos familiares, a evolução populacional das restantes espécies com
as quais comparte o território e os factores de ameaça para a sua conservação.
O dado mais importante a reter do
ano 2010 é a manutenção das condições ambientais nesta área do território
português para o estabelecimento de uma pirâmide ecológica completa. Com efeito
não só se mantiveram as condições de tranquilidade e integridade do território como
não ocorreram alterações marcadas na utilização do mesmo.
Desta forma, e como seria
expectável, de acordo com os dados de anos anteriores, uma das alcateias não se
reproduziu em 2010: a Alcateia de Bragança Sul manteve o seu local de cria, enquanto
a Alcateia de Bragança Norte com elevada probabilidade não terá criado. Conforme
anteriormente destacado neste documento, em 2009 a distância entre os centros
de reprodução destas alcateias foi pouco superior a 4 quilómetros. Assume-se
que a tensão entre estes 2 grupos familiares na marcação e defesa do território
deverá ter sido significativa nesta altura. Paralelamente verifica-se, relativamente
ao ano anterior, uma descida na detecção das 3 principais presas do lobo (javali,
veado e corço) de cerca de 21% o que poderá igualmente ter contribuído para a
ausência de criação na Alcateia de Bragança Norte (entre os dois territórios a descida
na detecção das presas foi mais acentuada no território Setentrional – 31% – do
que no Meridional – 15%). As alcateias mantêm os seus centros de actividade e
será bastante interessante verificar o que vai ocorrer ao longo de 2011 (dados a publicar brevemente neste blogue).
De certa forma confirma-se que a monitorização
contínua de uma população de lobo ao longo de mais de quatro anos, numa mesma
área de estudo e com um esforço de campo relativamente semelhante permite a
obtenção de alguns indícios que de outra forma não seria possível alcançar.
Agradecimentos
Agradeço ao Instituto de
Conservação da Natureza e Biodiversidade (ICNB) a autorização para
proceder ao presente trabalho de campo.
Agradeço ao Dr. Luís Moreira o
apoio imprescindível que presta na realização deste trabalho.
Agradeço ao Serviço Especial de
Protecção da Natureza (SEPNA) toda a motivação
e interesse demonstrados na recuperação de material fotográfico desaparecido e entretanto recuperado aquando da realização deste trabalho.
2 comentários:
fantástico, parabéns....
No final de semana de 15 a 17 de Agosto 2014 consegui fotografar um lobo ibérico (canis lupus signatus) numa zona entre Varge e Rio de Onor. Eu sou amante de fotografia (amador)da natureza e posso dizer que foi dos melhores momentos que já tive naquela zona. Desloco-me á serra de montesinho para fotografar faz 6 anos.
Se quiser que partilhe a fotografia terei muito gosto em faze-lo.
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