09 agosto 2007

Explorações mineiras: cicatrizes na paisagem

Mina a céu aberto localizada no Principado das Astúrias próximo à Reserva da Biosfera da UNESCO de Muniellos, bastião da principal população de Urso-pardo (Ursus arctos) da Península Ibérica.

Aspecto actual das minas de volfrâmio de Portelo no Parque Natural de Montesinho, onde decorre um projecto de recuperação ambiental.


Nas montanhas da Península Ibérica ainda são relativamente frequentes as cicatrizes na paisagem provocadas por explorações mineiras actuais ou passadas.
Na Cordilheira Cantábrica por exemplo, habitat de espécies tão ameaçadas como o Urso-pardo (Ursus arctos) ou o Galo-montês (Tetrao urogallus), co-existem a poucas centenas de metros dos locais de criação destes animais minas a céu aberto, feridas abertas nas encostas florestadas que chegam a atingir quilómetros de diâmetro.
Em Portugal, em pleno Parque Natural de Montesinho as antigas minas de volfrâmio de Portelo, localidade fronteiriça no coração desta área protegida, embora desactivadas há mais de 20 anos ainda hoje marcam a paisagem com centenas de poços distribuídos por uma área de 15 hectares que colocam em risco a segurança das populações e da fauna protegida do parque. Mas este panorama está a mudar: actualmente decorrem trabalhos com vista ao encerramento das cavidades e à recuperação ambiental desta vertente da Serra de Montesinho.
Parabéns à Câmara Municipal de Bragança responsável pela iniciativa a qual devolve a dignidade perdida a uma das mais belas montanhas portuguesas. Espero contudo que os responsáveis políticos locais sejam coerentes e que depois do grande esforço económico envolvido neste projecto (fala-se em mais de 1,5 milhões de euros) não deitem tudo a perder instalando dezenas de aerogeradores na cumeada da serra arruinando assim o maior valor desta região: a sua paisagem belíssima, única no país...

4 comentários:

Anónimo disse...

Têm toda a razão, parabéns pelo blogg, ele serve de referência para os meus filhos. Em relação ao Parque do Montesinho temos que estar atentos.

Anónimo disse...

Esperemos que não construam o parque eólico no parque natural. Já chega a vergonha do Alvão!

Anónimo disse...

Qd pagares 100€ pela electricidade até imploras pelo parque eolico...Parabens pela camara pela a excelente ideia de mitigar o impacte ambiental algo k ja devia ter sido feito...

Anónimo disse...

Rapaz, o meu concelho, Sobral de monte Agraço, já à alguns anos que com meia duzia de aero-geradores é auto-suficiente e até vende energia!! E a electricidade nunca baixa, mas sim aumenta todos os anos, como em todos os locais do nosso país!! Sou completamente a favor de energias alternativas, mas em locais próprios, e o que não falta são locais para isso. Nunca em reservas. As eólicas são negócios, as populações nunca vão ver a electricidade baixar devido a elas, não se iludam. São boas para o ambiente, nos devidos locais, mas iguais as outras energias, no que toca as populações!!!