Território de caça de Tartaranhão-azulado (Circus cyaneus), espécie com estatuto de conservação de Criticamente em Perigo. Ao fundo inicia-se o vale onde a Alcateia de Bragança provavelmente terá criado em 2007.
Fotografia de Marta (Martes martes) obtida cerca das 3 e meia da manhã de uma fria noite de Inverno em local de presença habitual de Lobo-ibérico (Canis lupus signatus).
(continuação do post anterior)
Conclusão
Ao longo do ano 2007 não foi possível confirmar a reprodução da Alcateia de Bragança. Constata-se que este grupo familiar continua presente na área de estudo e que aplicando os critérios estabelecidos pelo ICNB e pelo Grupo Lobo aquando do último Censo Nacional de Lobo (2002-2003) a sua reprodução pode-se considerar como provável.
Durante 2007 não se verificou qualquer ameaça relevante sobre o ecossistema contudo paira a ameaça de construção de um parque eólico de grandes dimensões próximo aos 2 vales que tradicionalmente são utilizados este grupo familiar de Lobos-ibéricos (Canis lupus signatus) para a reprodução. Simultaneamente encontra-se em discussão a possibilidade de construção de uma via com perfil de auto-estrada ou via rápida no limite Oeste do seu território.
O distrito de Bragança e concretamente o território percorrido por esta alcateia constituem uma das melhores áreas para a Conservação da Natureza em Portugal. Entre as espécies ameaçadas que aqui habitam e que foram detectadas no presente estudo destacam-se para além do lobo (estatuto: em perigo), a Marta (Martes martes; estatuto: informação insuficiente), a Águia-real (Aquila chrysaetos; estatuto: em perigo) ou o Tartaranhão-azulado (Circus cyaneus; estatuto: criticamente em perigo).
Assume assim uma maior importância a continuação do esforço de campo ao longo de 2008 com vista a determinar a evolução destas espécies e a identificar os factores de ameaça sobre o território. Nesse sentido os resultados desse trabalho serão disponibilizados às entidades responsáveis pela Conservação da Natureza do Distrito de Bragança e publicados neste blog com salvaguarda do anonimato dos locais por onde deambulam estes fabulosos exemplares da fauna portuguesa.
Durante 2007 não se verificou qualquer ameaça relevante sobre o ecossistema contudo paira a ameaça de construção de um parque eólico de grandes dimensões próximo aos 2 vales que tradicionalmente são utilizados este grupo familiar de Lobos-ibéricos (Canis lupus signatus) para a reprodução. Simultaneamente encontra-se em discussão a possibilidade de construção de uma via com perfil de auto-estrada ou via rápida no limite Oeste do seu território.
O distrito de Bragança e concretamente o território percorrido por esta alcateia constituem uma das melhores áreas para a Conservação da Natureza em Portugal. Entre as espécies ameaçadas que aqui habitam e que foram detectadas no presente estudo destacam-se para além do lobo (estatuto: em perigo), a Marta (Martes martes; estatuto: informação insuficiente), a Águia-real (Aquila chrysaetos; estatuto: em perigo) ou o Tartaranhão-azulado (Circus cyaneus; estatuto: criticamente em perigo).
Assume assim uma maior importância a continuação do esforço de campo ao longo de 2008 com vista a determinar a evolução destas espécies e a identificar os factores de ameaça sobre o território. Nesse sentido os resultados desse trabalho serão disponibilizados às entidades responsáveis pela Conservação da Natureza do Distrito de Bragança e publicados neste blog com salvaguarda do anonimato dos locais por onde deambulam estes fabulosos exemplares da fauna portuguesa.
3 comentários:
De louvar o seu trabalho. A Europa e Portugal precisam de criar condições para que estes belos predadores ,não só o lobo mas como a águia real e mesmo o super predador nocturno bufo real(do qual eu já tive a oportunidade de ver em acção), tenham um futuro mais risonho.E não há melhor imagem do que ver estes seres vivos vagueando por entre carvalhos, arbustos silvestres e pinheiros silvestres da nossa floresta mista. Ao sr Miguel desejo muita saúde para que continue a fazer o que gosta e o que eu tanto admiro.
Pergunto-me porque é que em Portugal os meios de comunicação não fazem força na divulgação da possibilidade destes atentados ambientais virem a a acontecer. Lembro-me que chegaram a falar do Sabor, mas a questão morreu muito cedo. Os meios de comunicação têm o dever de sensibilzar o povo no que conta ao nosso património e em como o devemos preservar. Construir parques eólicos e vias rápidas em pleno parque natural não é evolução, é mais um grande passo atrás. Já agora também lhe gostava de perguntar a sua opinião sobre a postura do ICNB em relação a todas estas temáticas, porque a mim me parece que que é uma instituição muito passiva.
Concordo em absoluto quando diz que "construir parques eólicos e vias rápidas em pleno parque natural não é evolução, é mais um grande passo atrás".
A postura do ICNB no caso concreto da eventual instalação de parques eólicos no Parque Natural de Montesinho (PNM) foi exemplar, uma vez que na sua proposta do Plano de Ordenamento do PNM este tipo de equipamentos é terminantemente proibido. Vamos agora ver é se o Engº Socrátes e o Governo pensam o mesmo...
Quanto aos meios de comunicação social pois na verdade não me parece que cumpram adequadamente o "dever de sensibilizar o povo". Mas também por isso é que existem os blogues, não é? :-) Um abraço e obrigado pelo seu comentário.
Descobri este trabalho - sim que as fronteiras do blogger amador como eu já foram bem ultrapassadas - por acaso e por uma estupidez que para mim guardo, no entanto não podia encontrar abordagem mais rica no que diz respeito à fauna e a flora dessa região do nosso país...
Saudações de Sul
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