Fêmea de Tartaranhão-caçador (Circus pygargus) em vôo e em local habitual de pouso, próximo ao sítio de criação de 2008 nos arredores do Parque Natural do Douro Internacional.
O Tartaranhão-caçador (Circus pygargus) é uma ave de rapina vinculada às extensões cerealíferas. Com efeito trata-se de um visitante estival que tem predilecção por grandes áreas de vegetação rasteira, como os campos de cereais alentejanos ou os planaltos recobertos de matos das montanhas do Norte e Centro de Portugal.
Devido ao abandono das práticas agrícolas extensivas e à diminuição da cultura de sequeiro, com a consequente proliferação de matos densos e floresta, o tartaranhão-caçador tem sofrido com a redução de habitat disponível. O seu estatuto de conservação é desfavorável: em Portugal considera-se Em Perigo de Extinção (in Livro Vermelhos dos Vertebrados de Portugal, ICN) e em Espanha encontra-se classificado como Vulnerável (in Guia de las Aves de España, SEO/Birdlife).
Calcula-se que em toda a Península Ibérica existam cerca de 4 mil casais reprodutores com uma tendência populacional regressiva, pelo menos no nosso país.
Ave de grande beleza, caçador de aves, pequenos mamíferos, répteis e grandes insectos, verdadeiro símbolo de qualidade ambiental da agricultura respeitosa para com a Natureza, o tartaranhão-caçador é acima de tudo um barómetro do impacto do Homem no Meio Ambiente: se as suas populações prosperarem, se os nossos filhos tiverem o privilégio de o observar em estado selvagem, tal significa que a nossa geração aprendeu a respeitar os antigos legados de uma agricultura ao sabor dos ciclos naturais, menos dependente de químicos, mais... "biológica".
Esperemos que o futuro assim o demonstre!
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