06 novembro 2006

Serra do Courel (1): a magia da natureza Galega

Bosque caducifólio, prados e as águas puras do Rego de Pontón: por toda a Serra do Courel sucedem-se exemplos de um bucolismo cada vez mais díficil de encontrar
A povoação de Vidallón, envolvida por um extenso souto de castanheiros, no limite Sul da Serra do Courel
Cascata e bosque rupícola na vertente Oriental do Courel

Na Galiza profunda encontra-se um enclave montanhoso de rara beleza: a Serra do Courel.
Abarcando uma área com mais de 20 000 hectares, esta serra, junto com os Ancares mais a Norte, contitui a terminação da vigorosa Cordilheira Cantábrica. É um território de declives acentuados, com as altitudes máximas no alto do Formigueiros (1639 metros) e Pia Páxaro (1610 metros), sulcado por abundantes ribeiros que drenam para o Rio Lor, um dos cursos fluviais mais bonitos e conservados do noroeste peninsular.
É neste território, fronteira entre o mundo eurosiberiano e mediterrâneo, que persistem até aos nossos dias as chamadas "devesas", bosques de uma diversidade fabulosa, orientados a Norte, onde sobrevivem as Faias (Fagus sylvatica) mais ocidentais da Europa.
Com 93 espécies de aves inventariadas, 40 de mamíferos e 14 de répteis o Courel constitui um dos santuários faunísticos galegos, local onde ainda persiste o Gato-bravo (Felis silvestris), a Marta (Martes martes) ou o Lobo-ibérico (Canis lupus signatus) e onde o Urso-pardo (Ursus arctos), oriundo da recuperada população cantábrica ocidental, é visita ocasional.
No próximo post falarei sobre a Devesa da Rogueira, o bosque mais preservado desta serra e um dos mais emblemáticos da Natureza Ibérica.

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