Javali (Sus scrofa) fotografado a cerca de 500 metros de distância do local de criação de uma alcateia de Lobo-ibérico (Canis lupus signatus) no Nordeste Transmontano.
Javalis caminhando sobre um cume nevado do Parque Nacional de Ordesa y Monte Perdido, nos Pirinéus, a mais de 2500 metros de altitude.
Cria de javali fotografada no interior de um carvalhal no maciço montanhoso Alvão/Marão.
Cria de javali fotografada no interior de um carvalhal no maciço montanhoso Alvão/Marão.
É um resistente. Da quase extinção no início do século XX à colonização de praticamente todo o território de Portugal Continental no início do século XXI. Na actualidade e de forma legal são abatidos no período entre Outubro e Fevereiro mais de 14 mil (!) Javalis (Sus scrofa) e muitos mais perecerão à conta da caça furtiva, de doenças naturais ou vítima de predadores. Este suídeo, contudo, persiste. E porquê?
Embora não se encontre seguramente entre os mamíferos mais atractivos da nossa fauna somos obrigados a reconhecer e admirar as suas qualidades. Presente nas serranias agrestes do Norte de Portugal, no estuário do Minho ou no extenso montado alentejano, o javali demonstra uma fantástica capacidade de adaptação a meios de diferentes características, ímpar entre os animais de grande porte. O regime alimentar omnívoro, bastante diversificado, e uma grande capacidade de reprodução alicerçada num elevado número de crias e numa maturidade sexual precoce explicam em parte esta situação.
Mas indubitavelmente um dos factores-chave para a explosão demográfica deste suídeo será a situação precária, por vezes no limiar da extinção, dos seus predadores naturais: Lobo-ibérico (Canis lupus signatus) e Águia-real (Aquila chrysaetos). O seguimento das populações de lobo e javali ao longo de 5 anos (entre 2001 e 2005) realizado pelos FAPAS (Fondo Asturiano para la Protección de los Animales Salvages) numa área da Cordilheira Cantábrica provou a grande pressão predatória de 3 alcateias sobre os efectivos de javali, o que levou a uma diminuição da população do suídeo entre 5 a 12% ao ano, com benefícios indirectos para espécies ameaçadas como o Urso-pardo (Ursos arctus) ou Galo-montês (Tetrao urogallus).
No meio da polémica sobre a expansão recente da espécie e os prejuízos causados às actividades humanas (leia-se agricultura) derivado de tal facto, um princípio não deverá ser esquecido: o javali é uma espécie-chave dos ecossistemas mediterrâneo e atlântico que, como todas as outras, tem direito próprio à existência. E a sua extinção no nosso país esteve prestes a acontecer há apenas uma geração...
Embora não se encontre seguramente entre os mamíferos mais atractivos da nossa fauna somos obrigados a reconhecer e admirar as suas qualidades. Presente nas serranias agrestes do Norte de Portugal, no estuário do Minho ou no extenso montado alentejano, o javali demonstra uma fantástica capacidade de adaptação a meios de diferentes características, ímpar entre os animais de grande porte. O regime alimentar omnívoro, bastante diversificado, e uma grande capacidade de reprodução alicerçada num elevado número de crias e numa maturidade sexual precoce explicam em parte esta situação.
Mas indubitavelmente um dos factores-chave para a explosão demográfica deste suídeo será a situação precária, por vezes no limiar da extinção, dos seus predadores naturais: Lobo-ibérico (Canis lupus signatus) e Águia-real (Aquila chrysaetos). O seguimento das populações de lobo e javali ao longo de 5 anos (entre 2001 e 2005) realizado pelos FAPAS (Fondo Asturiano para la Protección de los Animales Salvages) numa área da Cordilheira Cantábrica provou a grande pressão predatória de 3 alcateias sobre os efectivos de javali, o que levou a uma diminuição da população do suídeo entre 5 a 12% ao ano, com benefícios indirectos para espécies ameaçadas como o Urso-pardo (Ursos arctus) ou Galo-montês (Tetrao urogallus).
No meio da polémica sobre a expansão recente da espécie e os prejuízos causados às actividades humanas (leia-se agricultura) derivado de tal facto, um princípio não deverá ser esquecido: o javali é uma espécie-chave dos ecossistemas mediterrâneo e atlântico que, como todas as outras, tem direito próprio à existência. E a sua extinção no nosso país esteve prestes a acontecer há apenas uma geração...
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