Em Julho do ano 2000 foi publicado o "Guía das las Aves de España - Península, Baleares y Canarias", edição da Sociedade Espanhola de Ornitologia (SEO). Nesse pequeno livro apresentavam-se mapas de distribuição e estimativas populacionais de todas as aves presentes não só em Espanha mas também em Portugal Continental tendo por base mais de 20 anos de trabalho de campo da SEO/Birdlife.
Cinco anos depois, em Dezembro de 2005, foi apresentada a 2ª edição que utilizou o mesmo rigor de amostragem do livro original. Comparando os dois trabalhos é possível constatar a evolução das populações das diferentes espécies de aves da Península Ibérica neste início de milénio. Falarei neste e nos próximos post sobre a situação actual das aves que desde sempre mais fascinam o Homem: as rapinas.
Começando pela rainha das aves verifica-se que em 2000 existiam em Portugal e Espanha cerca de 1200 casais reprodutores de Águia-real (Aquila chrysaetos); cinco anos depois esse número aumentou para 1400 casais. No mapa de distribuição verifica-se uma diminuição da sua frequência no Noroeste português de acordo com a situação difícil que esta ave enfrenta no Parque Nacional da Peneda-Gerês.
A mais ameaçada das rapinas continua a ser a Águia-imperial ibérica (Aquila adalberti). Os seus efectivos aumentaram consideravelmente contudo o valor total ainda é perigosamente baixo: em 2000 existiam 120 casais; em 2005 esse número aumentou para mais de 200 o que reflecte a existência de novos locais de nidificação, incluindo o Alto Alentejo.
A ave mais rápida do mundo vive um dos seus melhores momentos. O Falcão-peregrino (Falco peregrinus) aumentou neste período de tempo de 1700 para cerca de 2500 casais. O Noroeste português (a densidade de falcão-peregrino no Parque Nacional da Peneda-Gerês é impressionante...) e a Costa Vicentina, para além do vale do Douro, assumem-se como os principais bastiões da espécie no nosso país.
O Peneireiro-das-torres (Falco naumanni) aumentou significativamente a sua população: passou de 8000 parelhas reprodutoras para cerca de 20000 casais! Este incremento deveu-se principalmente à sua evolução favorável no Oeste Andaluz (onde inclusivamente inverna). Em Portugal a sua mancha de distribuição é muito pequena, encontrando-se cerca de 80% dos efectivos nas Zonas de Especial Protecção para as Aves de Castro Verde e Vale do Guadiana, o que a torna particularmente vulnerável.
Cinco anos depois, em Dezembro de 2005, foi apresentada a 2ª edição que utilizou o mesmo rigor de amostragem do livro original. Comparando os dois trabalhos é possível constatar a evolução das populações das diferentes espécies de aves da Península Ibérica neste início de milénio. Falarei neste e nos próximos post sobre a situação actual das aves que desde sempre mais fascinam o Homem: as rapinas.
Começando pela rainha das aves verifica-se que em 2000 existiam em Portugal e Espanha cerca de 1200 casais reprodutores de Águia-real (Aquila chrysaetos); cinco anos depois esse número aumentou para 1400 casais. No mapa de distribuição verifica-se uma diminuição da sua frequência no Noroeste português de acordo com a situação difícil que esta ave enfrenta no Parque Nacional da Peneda-Gerês.
A mais ameaçada das rapinas continua a ser a Águia-imperial ibérica (Aquila adalberti). Os seus efectivos aumentaram consideravelmente contudo o valor total ainda é perigosamente baixo: em 2000 existiam 120 casais; em 2005 esse número aumentou para mais de 200 o que reflecte a existência de novos locais de nidificação, incluindo o Alto Alentejo.
A ave mais rápida do mundo vive um dos seus melhores momentos. O Falcão-peregrino (Falco peregrinus) aumentou neste período de tempo de 1700 para cerca de 2500 casais. O Noroeste português (a densidade de falcão-peregrino no Parque Nacional da Peneda-Gerês é impressionante...) e a Costa Vicentina, para além do vale do Douro, assumem-se como os principais bastiões da espécie no nosso país.
O Peneireiro-das-torres (Falco naumanni) aumentou significativamente a sua população: passou de 8000 parelhas reprodutoras para cerca de 20000 casais! Este incremento deveu-se principalmente à sua evolução favorável no Oeste Andaluz (onde inclusivamente inverna). Em Portugal a sua mancha de distribuição é muito pequena, encontrando-se cerca de 80% dos efectivos nas Zonas de Especial Protecção para as Aves de Castro Verde e Vale do Guadiana, o que a torna particularmente vulnerável.
(continua no próximo post)
7 comentários:
Que bom é ler estas notícias!
É com imensa satisfação que leio esta notícia. Fico realmente feliz com estes resultados. Mas também gostaria realmente de vir a saber concretamente quais os factores que proporcionaram felizmente este significativo crescimento. Bem-haja!!!
Os meus pulmões encheram-se de ar durante a leitura deste post. Gostaria que revelasse a evolução de outras espécies de rapinas, principalmente as nocturnas. Tal como o sr grillo gostaria também de saber quais os motivos que originaram este aumento populacional. Obrigado.
Óptima Notícia!
Mas é curioso...enquanto todas as aves de rapina comentadas, tiveram um acréscimo, mesmo em Portugal, só a Águia-real teve um decréscimo no nosso país. Já agora, deixo a questão: o porquê desta evolução negativa?
Estes são os dados da Sociedade Espanhola de Ornitologia / Birdlife sobre a evolução das populações de aves de rapina entre 2000 e 2005 na Península Ibérica. São dados objectivos podendo-se especular sobre a(s) causa(s) que explicam estes números. Infelizmente nem todas as rapaces apresentaram uma evolução tão positiva como as que foram referidas neste post. Atentem nas postagens seguintes...
é muito enteressante este blog, e é bom saber que há sempre alguém preocupado com os animais. gosto muito de ver os diversos pássaros que vêm comer no meu jardim e gosto muito de apreciar as aves maiores que cruzam os céus. tenho um fraquinho especial por cegonhas e fico muito preocupada quando quase a chegar o inverno ainda as vojo nos seus ninhos tão mal protegidos contra as intempérias.Gostava que se preocupassem mais com estes animais tão belos. Outra coisa que me irrita em particular, é ver os ninhos que as andorinhas fazem com tanto trabalho, todos desmanchados. Esta atitude só faz com que a população desta ave também tão bonita e caracterista diminua. O que eu acho pior é que muitos dos sítios onde estragam os ninhos são edifícios do estado. Sara
Moro no concelho de Loures e todos os dias no regresso do trabalho vejo uma ave que nao sei identificar, apenas tenho quase a certeza que se trata de uma ave de rapina. Ha ja oito anos que a vejo a planar, creio que andando a caçar,la no alto com suas grandes asas. Tenho quase certeza que se alguma coisa nao for feita alguem com menos escrupulos a vai tentar transformar em trofeu,o que e de lamentar. Gostaria de saber com quem contactar ,e ao mesmo tempo saber se posso fazer algo para ajudar.
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