26 abril 2007

Parque Natural de Montesinho ou Parque Eólico de Montesinho?

Lagoa de Guadramil.
Localizada no extremo Oriental do Parque Natural de Montesinho é testemunha de um equilíbrio natural secular entre as populações de Veado (Cervus elaphus) e Lobo-ibérico (Canis lupus signatus), caso único em Portugal.

O Parque Natural de Montesinho localiza-se no extremo Nordeste de Portugal abrangendo uma área de mais de 74 mil hectares e encerra uma imensa riqueza natural e cultural.
É uma das áreas para a fauna mais importantes da Europa. Aqui habitam 250 espécies de vertebrados, alcançam-se as maiores densidades de Lobo (Canis lupus) de todo o Velho Continente, as cumeadas e os lameiros são percorridos por mais de 160 espécies de aves, entre as quais se contam as raríssimas Águia-real (Aquila chrysaetos), Cegonha-negra (Ciconia nigra) ou Tartaranhão-azulado (Circus cyaneus), os ribeiros de montanha apresentam as melhores populações nacionais da escassa Toupeira-de-água (Galemys pyrenaicus) e são exclusivas várias espécies de borboletas como a Lycaena virgaureae ou a Brenthis daphne.
Montesinho é também sinónimo de vida em comunidade. Neste Parque Natural, como em nenhum outro local do nosso país, existem hábitos comunitários que tem por base o auxílio e a fruição conjunta de bens podendo-se citar o exemplo do rebanho comum de Rio de Onor. As Festas dos Rapazes por altura do solstício de Inverno remetem para tempos anteriores à cristianização e estão associadas a um misticismo belo e primitivo em que se celebram os rituais de passagem e a integração na vida adulta.
Por tudo isto e por muito mais as Serras de Montesinho e da Coroa, as suas aldeias e o modo de vida que representam estão protegidas por lei. O Decreto de Lei nº 355/79, criou o Parque Natural de Montesinho porque "a riqueza natural e paisagística do maciço montanhoso Montesinho - Coroa e os valiosos elementos culturais das comunidades humanas que ali se estabeleceram justificam que urgentemente se iniciem acções com vista à salvaguarda do património e à animação sócio - cultural das populações". Pela Resolução do Conselho de Ministros nº 142/97 foi criado o Sítio "“Montesinho - Nogueira” (Sítio de Importância Comunitária - SIC - Rede Natura 2000). Finalmente o Decreto de Lei nº 384-B/99 definiu a Zona de Protecção Especial para Aves Selvagens das “Serras de Montesinho - Nogueira”.

É neste espaço único de Portugal, mais precisamente no seu centro nevrálgico onde se encerram as maiores riquezas naturais e portanto onde a protecção perante actividades transformadoras do meio deve ser maior, que está planeado aquele que os promotores definem como o "maior parque eólico europeu". A adjectivação de "segunda Auto-Europa em Portugal" é por demais elucidativa do impacto deste empreendimento fortemente apoiado pelo poder autárquico local. Segundo o Presidente da Câmara de Bragança "este projecto necessita de muita cooperação institucional e de abertura por parte do Governo e nada de fundamentalismos". As notícias avançadas na comunicação social afirmam que o parque eólico entrará em funcionamento já em 2009, que a sua concretização estancará a perda de população das aldeias inseridas no Parque Natural de Montesinho e que em termos ambientais os estragos não serão significativos pois já existem parques eólicos em funcionamento na vertente espanhola.
E assim tudo isto é apresentado como um facto consumado, a construção deste gigantesco parque eólico numa das áreas
mais preservadas do nosso país parece inevitável.

Contudo, como muitas vezes acontece, entre aquilo que é dito e a realidade existe uma grande diferença. Vejamos:
- O mega parque eólico de Montesinho não será nunca uma segunda Auto-Europa. Conforme referem os próprios promotores quando em funcionamento assegurará entre 45 e 50 postos de trabalho, muito distante portanto dos mais de 7000 empregos directos e indirectos criados pela fábrica de Palmela.
- Na vertente espanhola existem de facto parques eólicas mas nenhum, repito, nenhum se inclui numa área protegida.
No Parque Natural do Lago de Sanábria próximo a Montesinho não se encontra qualquer aerogerador. Também na vizinha Reserva Regional de Caça da Serra da Culebra, que ostenta um estatuto de protecção ambiental bastante inferior ao Parque Natural português, estão excluídos os parques eólicos. Os espanhóis apoiam a energia eólica mas sempre fora das suas áreas protegidas.
- O empreendimento eólico afectará todo o Parque Natural de Montesinho uma vez que está prevista a instalação de aerogeradores nos terrenos das aldeias de Montesinho, Rio de Onor, Guadramil, Travanca, Pinheiro Novo, Vilarinho, Zeive, Soutelo e Mofreita. Serão rasgados acessos em todas as vertentes das Serras da Coroa e Montesinho, a flora será destruída e a fauna terá que abandonar o local. Os estradões perdurarão durante décadas, a perturbação humana alcançará os recantos mais remotos, abre-se a porta à caça furtiva. Montesinho deixará de ser um local adequado para a usufruição da Natureza e
inevitavelmente o turismo será afectado com prejuízo para os habitantes locais.
- Por último: alguma vez aldeias cercadas por torres eólicas poderão impedir a desertificação do interior transmontano? Por acaso o projecto eólico permitirá rejuvenescer os idosos ou criar oportunidades para os jovens comparáveis às dos
grandes centros do litoral? Parece-me que o argumento demográfico se reveste de uma profunda desonestidade intelectual até porque os parques eólicos no nosso país não se constroem próximo a grandes aglomerados urbanos mas antes em locais de baixa densidade populacional.

No fim de contas Portugal encontra-se perante um dilema: ou se constrói o maior parque eólico europeu ou se preserva umas das melhores áreas protegidas europeias. Não há meio-termo. A construção do projecto eólico deve desclassificar imediatamente o Parque Natural de Montesinho pois realisticamente não é possível preservar a biodiversidade num gigantesco estaleiro. Se a opção recair sobre a conservação do Parque Natural então a iniciativa eólica, à semelhança do que ocorre nos restantes países europeus, deve definitivamente ficar afastada das áreas protegidas nacionais.

Termino com uma pergunta:
visto que as áreas protegidas portuguesas (incluindo a Rede Natura 2000) ocupam cerca de 21% do território nacional não sobrará espaço suficiente para a construção de parques eólicos nos restantes 79%?

34 comentários:

Tat Wam Asi disse...

Pois é amigo, uma pergunta com resposta tão simples e mesmo assim erram. Erram os responsáveis e erramos todos nós enquanto não pensarmos que 20% não é nada e que a prioridade deveria ser aumentar essa % pois dela depende a nossa vida e a dos nossos filhos.

Obrigado pela partilha de informação, brevemente aproveitarei e farei tambem o meu alerta/desabafo.

Abraço

ljma disse...

De acordo com o que li, parece que as áreas com maior potencial eólico coincidem com as áreas protegidas. Mesmo assim, o que está a acontecer nas nossas serras é dramático! Pode ser necessário (será?), mas é dramático.

Anónimo disse...

Já tinha lido sobre isto num jornal e até fiquei maldisposto. Estão a destruir o POrtugal que amamos e conhecemos em toda as suas vertentes. A alma do pais está nesses locais. Uma pessoa até pode morar num suburbio cinzento mas sabermos que existem locais como montesinho é uma esperança para a mente. Como diz o outro "eu não preciso de os ver, só de saber que estão lá".Precisamos de outro 25 de Abril urgentemente que esta classe politica já deu o que tinha a dar.

Laurus nobilis disse...

Completamente de acordo! já começo a ficar farto daquelas ventoínhas em tudo o que é serra, quanto mais em Montesinho...!

Victor Alves disse...

Partilho convosco esse sentimento que me aperta a a garganta e mal me deixa respirar.
Temos de fazer algo urgentemente...

Miguel Grillo disse...

Muitas vezes me pergunto se é neste contexto que as energias renováveis são de facto o fututo. Pelo que tenho visto...hummm, não me parece.

Mais um trite facto a lamentar! Como é isto possivel? Até em Montesinho...que tristeza.

Anónimo disse...

uma pergunta esse parque eolico poderá ainda nao ser construido???

miguelbarbosa disse...

O parque eólico anunciado para as Serras de Montesinho e Coroa terá ainda que ser sujeito a um estudo de impacte ambiental, onde o parecer pode (e deve...) ser negativo. Mas há uma coisa que me preocupa: até agora as entidades oficiais, nomeadamente o Instituto da Conservação da Natureza e o Ministério do Meio Ambiente, têm mantido sobre este assunto silêncio absoluto. Ora habitualmente quem cala consente... Os primeiros indícios não são de facto animadores...

Anónimo disse...

Aparentemente parece que os promoteres também se esqueceram de que o parque eólico na serra da Culebra também é ilegal (não respeita a distância mínima em relação a uma área protegida, já para não falar na misteriosa perda de papéis por parte do ICN que permitiu que a obra avançasse) e foi alvo de uma queixa à Comissão Europeia.

A ausência de Estudo de Impacte Ambiental (até ver) só me deixar antecipar que os promotores têm esperança de que o projecto seja alvo de dispensa governamental do mesmo. Existem muitos obstáculos legais que teriam de ser ultrapassados, que nas notícias dos jornais têm sido sistematicamente ignorados. Isto configura, quanto a mim, um quadro de notícias pagas pelas promotores.

Será que é fundamentalismo ambiental querer preservar um dos mais singulares patrimónios naturais do nosso país, como foi bem demonstrado por este post?

Existem diversos estudos que mostram que a energia eólico por si só não é uma alternativa viável para a produção de energia. É um facto que há um problema energético que é preciso considerar. É também um facto que a zona do parque tem boas potencialidades para produzir energia eólica. Mas não será, por exemplo, mais vantajoso construir painéis solares no alentejo? Não será a produção de energia daí resultante muito superior à que se conseguiria produzir em Montesinho?
Não foi já aprovado um plano energético que envolve a construção de um conjunto de Barragens capaz de satisfazer as necessidades eléctricas do país?

A questão energética está intimamente relacionada com o aquecimento global e as alteraçõews globais é bastante complexa e está a ser alvo de grandes discussões. Como os empresários deste mundo e deste país são pessoas inteligentes, já perceberam que podem ganhar dinheiro com isto. Primeiro surgiu a "questão" da energia nuclear e agora surge a ideia de encher o país de aerogeradores. É assim.

As pessoas ligadas à área do ambiente tendem a ter reacções viscerais a esta notícias, mas saúdo o autor do post pela clarividência com que defendeu a sua tese.

Nós, que estamos ligados ao ambiente, temos a obrigação de estar atentos à estas situações e de ajudar o público em geral a contextualizá-las.

Como as decisões finais são sempre políticas, apenas podemos sensibilizar as pessoas que elegem os políticos. É preciso estimular o turismo de natureza e criar condições para levar as pessoas aos parques. Não basta levá-las lá, é preciso ensiná-las a perceber o que estão a ver. Criem turismo rural, façam cursos de introdução à natureza, levem as pessoas a ver veados, a ver lobos, a identificar pegadas de texugo, a identifcar vestígos de presença de lontra etc.

Termino deixando a questão: quantas pessoas, depois de passarem 3 ou 4 dias a conhecer o Parque Natural de Montesinho seriam favoráveis à sua destruição?

Obrigado pela paciência de lerem isto até ao fim

Cumprimentos a todos

Henrique Pereira dos Santos disse...

Meus caros,
Independentemente da discussão concreta deste parque eólico, desta dimensão neste sítio, é preciso deixar claro que a alternativa à eólica, neste momento, é um aumento de emissões de gases de efeito de estufa por maior consumo de combustíveis fósseis ou a energia nuclear.
Pensem bem como se seriam as três alternativas em função da dimensão de ameaça que são para as áreas protegidas.
henrique pereira dos santos

Henrique Pereira dos Santos disse...

E já agora:
eu sou o responsável pela falta de resposta à dita informação feita pelo Parque Natural de Montezinho sobre o parque eólico espanhol, mas ao contrário de quem escreve anonimamente lançando suspeições sobre terceiros, assino o que escrevo e assumo as minhas responsabilidades.
O que se passou foi que a informação, na mudança de instalações do ICN, foi mal arquivada pelas pessoas para quem tinha sido despachada.
Uma vez levantado de novo o problema, mais de dois anos depois, fez-se uma busca sistemática à sua procura e encontrou-se a informação.
Mas já agora, e ao contrário do que se pretende fazer crer, a informação não alterava nada de essencial: o parque eólico espanhol estava autorizado e em construção.
A questão que se põe é a de saber se era ou não necessário ao Estado Espanhol consultar o Estado Português.
Para o ser era necessário admitir-se que o Parque Eólico teria impactos ambientais negativos em território português.
O que até hoje ninguém demonstrou (nem sequer apontou indícios).
Independentemente disso acho que deveria ser exigida a monitorização dos efeitos do parque eólico espanhol, o que penso que aliás já terá sido feito, mas não sei com que resultados.
henrique pereira dos santos

William disse...

Claro que não é o momento para encontrar defeitos na eólica, mas até Trás-os-Montes tem outros sítios, menos lesivos para o património, para instalar parques eólicos. Montesinho tem sido até agora a nossa área natural com menos pressão humana. o Gerês tem sido "oprimido" e mal gerido, da Estrela então nem se fala, pretendendo-se fazer ali o Algarve das Beiras, S.Mamede semi-ardeu...
O que é inquestionável é que não é um parque eólico que impede a desertificação das aldeias. Um parque natural VIVO pode impedi-lo muito mais. O que é certo é que as taxas que este parque irá pagar às câmaras de Bragança e julgo que Vinhais podem é levar a um interesse alargado porque... O que também levanta a questão da Administração central não conseguir transmitir, "ensinar" as câmaras o interesse que elas têm em manter este parque...

Paulo Almeida Santos disse...

Como não podia deixar de ser, qualquer pessoa com o mínimo de consciência ambiental defende e encoraja todas as iniciativas que minimizem a emissão de gases poluentes, como é o exemplo da energia eólica.
No entanto coloca-se a seguinte questão: será lícito polvilhar as nossas serras de aerogeradores, sem excepção, independentemente das mesmas terem ou não algum grau de protecção ambiental? A minha resposta clara é NÂO!
Embora haja uma tentação crescente de várias entidades em defender a ausência de impacto ambiental dos parques eólicos, qualquer pessoa devidamente informada e com espírito crítico repara na debilidade desta tese. Destruição e fragmentação do habitat, aumento da pressão humana nos cimos das serras pelos acessos criados, funcionado como “portas abertas” para múltiplos atentados ambientais, poluição sonora, impactos sobre a avifauna, etc, etc, etc.. A respeito deste último ponto, apesar de haver pessoas que contestam o aumento da mortalidade sobre as aves com base em estudos científicos, outros existem que defendem exactamente o contrário. A minha percepção diz-me que esses efeitos deletérios são reais. Basta ler, por exemplo, a revista espanhola Quercus, onde todos os meses encontramos relatos de grandes rapinas aniquiladas pelas pás dos aerogeradores ou postes eléctricos no país vizinho.
A respeito do impacto visual, embora seja um critério carregado de subjectividade, só as pessoas que passeiam na montanha e apreciam o equilíbrio e harmonia das suas formas é que sentem a agressão de estruturas metálicas com dimensões perfeitamente desproporcionadas relativamente à envolvência. Admito que para aqueles que vivem em grandes cidades, rodeados por arranha-céus, o impacto visual dos eólicos seja algo desprezível…
E, já agora, porque não grandes parques eólicos junto à costa atlântica, onde existe igualmente grande potencial eólico? Não haverá menor impacto visual dos aerogeradores nas imediações de uma zona industrial em vez de um carvalhal maduro? Ou será que o lobby imobiliário, com enorme influência governamental, afasta os eólicos para poder continuar a especulação que todos conhecemos nestas áreas?
Em resumo, a selecção dos locais para colocação de aerogeradores deve ser bastante criteriosa e nunca poderá violar o equilíbrio e os valores ambientais da zona. Como é do conhecimento geral, o Parque Natural de Montesinho integra uma das áreas mais nobres do nosso país no que à conservação de habitats e espécies diz respeito.
A construção deste mega-empreendimento significa, irreversivelmente, a morte do nordeste selvagem…

Paulo Almeida Santos disse...

Mudando de tema, procurarei nas linhas seguintes comentar a segunda intervenção de Henrique Pereira dos Santos.
Em primeiro lugar, tenho que reconhecer a frontalidade e o espírito de diálogo que caracterizam as suas intervenções, apesar de não comungar de muitas opiniões que defende.
Sobre o assunto referente ao parque eólico espanhol junto à vertente norte do Parque Natural de Montesinho (PNM), tenho a dizer que os nossos interesses não foram de forma alguma salvaguardados. Como saberá tão bem ou melhor que eu, existem obrigações decorrentes de Directivas Comunitárias e da Convenção de Espoo que forçam os estados-membros, no contexto da construção de infraestruturas em zonas fronteiriças, a comunicar às autoridades do país vizinho potenciais danos ambientais do outro lado da fronteira. Acreditando nas informações veiculadas pelo ICN, este preceito legal não terá sido cumprido pelos espanhóis, alegadamente por estes terem chegado à conclusão que não haveria dano ambiental.
Outro dado conhecido tem a ver com a falta de resposta por parte do ICN à solicitação da direcção do PNM que relatava as movimentações importantes do outro lado da fronteira, justificada pelo arquivamento indevido e erróneo do documento (terá ficado perdido 2 anos…).
Perante estes factos o ICN e a tutela desresponsabilizam-se, apontando o dedo para aos espanhóis (“era necessário admitir-se que o Parque Eólico teria impactos ambientais negativos em território português. O que até hoje ninguém demonstrou (nem sequer apontou indícios)”) e tentam minimizar o erro relativo ao mau arquivamento do processo (“a informação não alterava nada de essencial: o parque eólico espanhol estava autorizado e em construção”).
Esta atitude, no mínimo negligente, desrespeita por completo o valor e o estatuto do PNM que, mais do que relevância nacional, tem dimensão europeia no que aos valores ambientais, paisagísticos e humanos dizem respeito.
Porquê esperar por uma interpelação por parte dos espanhóis?
Porquê tanta inércia, tanta passividade?
Porque não uma atitude interventiva, com iniciativa, defensora dos nossos interesses?
Talvez não se impedisse o parque eólico mas evitaria, por exemplo, que os aerogeradores estivessem, como se constata, a 50 m da linha de fronteira!!!
Imaginem se, por exemplo, as povoações de vale de Gavarnie decidiam um belo dia fazer um parque eólico na sua fronteira com o Parque Nacional de Ordesa!!! Acham que algum dia conseguiriam? Parece uma ideia ridícula, não?
Não há justificação possível…

Numa altura em que as áreas protegidas de Espanha andam a reformular os seus planos de ordenamento de forma a garantir áreas de exclusão para a construção de parques eólicos, o (primeiro!)plano de ordenamento do Parque Natural de Montesinho terá sido entregue ao ICN nestes dias, ao que se seguirá uma fase de discussão pública e posterior aprovação em Conselho de Ministros. Apesar de haver indícios de que os pareceres técnicos são contrários à construção de eólicos dentro do Parque, o ponto de vista de Henrique Pereira dos Santos deixa-me apreensivo quanto ao desfecho deste ponto… Temo que uma simples decisão política, apoiada por responsáveis do ICN que só pensam em termos de “gramas de CO2” e “megawatts”, viabilize um projecto que irá destruir, seguramente, destruir um dos poucos paraísos naturais que nos resta…

garina do mar disse...

uma coisa que aprendi em tempos (e parece que está demonstrado) é que quando as expectativas são baixas, os resultados também são baixos, e ao contrário: expectativas altas levam a bons resultados!
o que é verdade é que em Espanha estão os tais parques eólicos e em Montesinho não estão! e de certeza que não foi por falta de interesse de promotores diversos, incluindo as câmaras...

porque é que se há-de sempre suspeitar do ICN e dos técnicos do ICN? as nossas áreas protegidas continuam a ser dos sítios mais fantásticos de Portugal e isso não foi de certeza conseguido graças às críticas constantes!! se fosse técnica do ICN (que não sou, nem familiar!) ficaria tentada a perguntar-me "para quê esforçar-me? levamos sempre na cabeça!"

que tal começarmos a olhar para as coisas boas que existem por cá? e pensarmos que se elas ainda existem é provavelmente porque alguém as soube defender? parabéns ao ICN por ter ajudado a manter este nosso valioso património... conto convosco para o continuar a fazer!!! e no que eu puder ajudar contem comigo também...

Henrique Pereira dos Santos disse...

Caro Paulo Santos,
O litoral atlântico tem um fraco potencial eólico apesar de ter muito vento. O potencial eólico mede-se em número de horas com vento entre os 3m/s e os 15m/s, se não me engano. Ora o litoral tem longos períodos de calmaria e muitas horas de vento superior ao referido.
Há de facto uma sobreposição grande entre o potencial eólico do país e as áreas classificadas, sejamos claros nisso.
Também estou de acordo que isso não justifica o uso de quaisquer áreas com potencial eólico. A questão é evidentemente a identificação dessas áreas e a discussão das opções a fazer.
Quem ganha e quem perde, quem paga e quem recebe são perguntas a que convém responder.
Quanto ao impacto dos parques eólicos nas aves não basta efectivamente ver exemplos nas revistas. É preciso estudar. E quando se passa do nível da imagem pontual chocante para o estudo real, claramente são muito poucas as evidências de impacto negativo ignificativo na avifauna .
Diferente é a questão dos acesso que de facto precisa de mais discussão.
Não vale a pena vir com argumentos de que quem vive em arranha-céus é insensivel e por isso pensa de maneira diferente. É uma técnica habitual de discussão procurar diminuir os argumentos de terceiros. Como o Paulo sabe publiquei sobre o assunto do impacto na paisagem um artigo, pode por exemplo ser conultado aqui: http://ambio.blogspot.com/
é razoável olhar para os argumentos e contestá-los mas dizer que penso de maneira diferente apenas porque sou incapaz de atingir o estado superior de sensibilidade dos que pensam de maneira diferente é um argumento nulo.
Quanto ao arquivamento errado do papel: volto a repetir, quando a informação do Parque de Montezinho foi feita o parque espanhol estava autorizado e em construção. E nos dois anos que o papel esteve mal arquivado pelos vistos ninguém se incomodou com isso.
Por último, não me parece que seja verdade que não se façam parques eólicos em áreas classificadas em Espanha: nas autonomias com forte potencial eólico é permitido, nas que não têm grande sobreposição de potencial eólico com áreas classificadas, às vezes é proibido.
Aliás esta discussão é completamente falha de sentido: então a zona de Montezinho perde interesse natural com a fronteira? Ou são os critérios de classificação das áreas que são diferentes?
henrique pereira dos santos

Paulo Almeida Santos disse...

Caro Henrique Pereira dos Santos:

Apesar de não dominar as questões técnicas relativas à energia eólica, a consulta de trabalhos feitos em Portugal nesta área revela que existem zonas costeiras com potencial eólico comparável ao das zonas montanhosas, nomeadamente Sudoeste Alentejano, Sotavento Algarvio e Costa Oeste a norte de Lisboa onde se incluem, tal como nas zonas montanhosas, áreas bastante sensíveis do ponto de vista ambiental. Posto isto, defendo uma vez mais a avaliação sensata dos riscos/benefícios aquando da planificação dos parques eólicos. No caso concreto do Parque Natural de Montesinho, sou da opinião que o seu estatuto e valor ambiental, só por si, justificam o total repúdio deste mega-projecto.
A propósito desta questão gostaria de lembrar outro ponto. Tendo em conta a organização da Rede Eléctrica Nacional (grande concentração no litoral), a construção de Parques Eólicos em zonas do interior levanta o problema do escoamento da energia produzida, o que levaria à necessidade de construção de extensas linhas de alta tensão para ligar a rede preexistente às subestações dos parques eólicos, condicionando obviamente danos ambientais acrescidos.
Em relação ao impacto dos aerogeradores sobre as aves, sugiro a leitura de um documento recentemente publicado da responsabilidade conjunta da SEO (Sociedade Espanhola de Ornitologia) e da Birdlife International, duas instituições reconhecidamente idóneas na temática do estudo das aves (link: http://www.seo.org/media/docs/Posici%C3%B3n%20e%C3%B3licas-aves.PDF).
Neste texto os autores descrevem ao pormenor os efeitos negativos sobre a avifauna pondo tónica, não somente nas colisões com os aerogeradores, mas também no abandono dos locais de criação pela perturbação dos mesmos, do efeito barreira em zonas de rotas migratórias e na transformação/perda de habitat. Tendo em conta estes pressupostos, defendem a exclusão dos eólicos em Espaços Naturais Protegidos, em áreas pertencentes à Rede Natura 2000, ou classificadas como IBA (Important Bird Areas), categorias presentes no PNM.
Quanto à questão dos eólicos em Espanha, lembro, por exemplo, a realidade da Cordilheira Cantábrica onde, em milhares de hectares de Áreas Protegidas, não é possível ver um único aerogerador. Encontramo-los, sim, em serranias pré-litorais de baixa altitude onde, seguramente, o impacto ambiental é menor. Ainda assim, as empresas construtoras não estão livres de pagar indemnizações para repor o equilíbrio ambiental. Cito o exemplo de um parque eólico construído recentemente no concelho asturiano de Belmonte de Miranda que, apesar de não integrar qualquer Parque Natural, faz parte do território ursino do Norte de Espanha, tendo sido obrigado a pagar a plantação de 100000 árvores de fruto para o urso em terrenos privados abandonados. Um verdadeiro exemplo…
Por último, concordo consigo quando diz que se poderia ter feito mais e melhor na altura da construção do parque espanhol. Contudo, lembro as várias interpelações ao Ministério do Ambiente pelo Partido Comunista Português cujas respostas foram, a meu ver, claramente insatisfatórias e irresponsáveis. Só espero que estes erros sirvam de exemplo para os novos desafios que temos pela frente…

Victor Alves disse...

Eu quero deixar bem claro que o facto de os espanhóis terem colocado meia-dúzia de eólicas junto à fronteira, com a ajuda a inércia das nossas entidades, nunca porá em causa a viabilidade do PNM em termos da conservação das espécies que por lá habitam e portanto tal facto nunca será argumento para encher o nosso parque de aerogeradores. Isto porque quero lembrar aos que tinham essa opinião e aos srs jornalistas que têm tanta falta de rigor nas notícias que escrevem que:
-o PN Montesinho não é só a serra de Montesinho.
-a fronteira a norte do parque com Espanha tem uma extensão em linha recta de quase 60km (mais de 70km seguindo a linha de fronteira)
- o parque eólico espanhol está fora da Rede Natura 2000, e inteiramente no território espanhol a maior parte relativamente longe da fronteira, nunca sendo o objectivo dos espanhois encostar o parque eólico junto á fronteira, como por aí se lê, visto só uma estreita faixa e que se estende para sul pela encosta da Serra de la Gamoneda (a serra de Montesinho não é mais que parte da encosta desta serra) e dado ali a nossa fronteira estender-se para norte existem cerca de 4km onde existe uma única fileira de cerca de 50 aerogeradores ao longo da fronteira.
Aconselho-os a ir ao local, ou pelo menos a ir ao Google Earth e o IGeoe-sig.

Henrique Pereira dos Santos disse...

Caro Paulo,
As áreas de litoral que citaste são, como sabes, áreas de elevado valor ambiental, sendo que no caso do Sudoeste até coincide com o único corredor migratório de avifauna claramente identificado em Portugal, portanto...
Quanto aos estudos, está descansado que leio todos os que posso, não sei se já li esse que citas, agora não tenho tempo de verificar, mas garanto, sem o ler, que está lá mais impactos potenciais e possibilidades de situações eventualmente negativas baseadas em resultados obtidos em situações particulares que verdaderia demonstração científica.
Isto é, o que lá está é a particular concepção do princípio da precaução que o mainstream do movimento conservacionista adoptou (que o leva a ser precaucionista em relação a algumas coisas e não o ser em relação a outras, como as alterações climáticas) e não demonstração científica sólida.
Mas para além desses leio todos os relatórios de monitorização feitos em Portugal sobre parques eólicos em áreas classificadas. E acho que devias fazer o mesmo.
O argumento da rede eléctricqa não deixa de ser interessante: é dos quase únicos grandes investimentos que estão a ser feitos no interior, com significativos efeitos na melhoria do serviço prestado no fornecimento de energia eléctrica e que são claramente impulsionados pelo investimento na eólica. Queremos contestar isto de certeza?
Quanto a medidas compensatórias aconselho a leitura do que se faz em Portugal. O curioso é estar a ser desenvolvido um fundo para a conservação do lobo a Sul do Douro e o problema é a falta de proectos concretos de conservação que podem ser apresentados por quem quiser. Quem diria. Educação ambiental e investigação ainda vai aparecendo, mas como o fundo é para benenficiar os lobos e não os investigadores do lobo, a coisa complica-se quando se pedem projectos concretos de gestão de habitat e de populações.
Hélas! Parece que o problema da conservação em Portugal se calhar é bem mais fundo que o que se poderia concluir do constante tiro ao alvo no ICN e no Estado poderia fazer crer.
henrique pereira dos santos

Paulo Almeida Santos disse...

Caro Henrique:
Tal como referi na minha intervenção anterior e reafirmo, as áreas costeiras são igualmente sensíveis do ponto de vista ambiental. Nesse ponto estamos inteiramente de acordo. Esta evocação teve apenas como objectivo mostrar que o potencial eólico não se encontra exclusivamente nas áreas montanhosas do interior, nomeadamente em áreas protegidas, as quais têm sido o alvo preferencial nos últimos tempos. Para além do triste exemplo do Parque Natural de Montesinho, relembro as pressões crescentes na área do Parque Nacional da Peneda-Gerês para a colocação de eólicos… Não podemos cair em extremismos…
Quanto à questão da conservação do lobo ao sul do Douro e à falta de iniciativa por parte dos investigadores, acreditando nas suas palavras, só tenho que lamentar a notícia. Na verdade é algo que não me surpreende no nosso país, onde os valores da conservação da natureza estão condenados aos esquecimento… Contudo, acho no mínimo curiosa a forma irónica como desresponsabiliza o Estado e o ICN nesta questão concreta! O diagnóstico da situação precário do lobo a sul do Douro está mais do que estudado: perda e fragmentação do habitat (fogos, mega-parques eólicos, auto-estradas sem preocupações ecológicas), ausência de presas silvestres, furtivismo, atrasos no pagamento de indeminizações pelos danos causados pelo lobo, combate ao veneno, isto só para nomear as mais importantes. Se estas ameaças tivessem sido acauteladas a tempo, talvez não andássemos hoje em dia a tentar salvar esta população lupina de forma tão desesperada… Será que temos de agradecer ao ICN e à tutela por mais este contributo notável em prol da conservação da natureza e da biodiversidade? Pelos vistos não… Quem diria…
Bom, parece-me que já estamos a divergir do assunto que motivou este diálogo. Sobre o mesmo julgo ter exposto com clareza a minha opinião. Espero ter oportunidade de trocar ideias com o Henrique noutras circunstâncias. Até lá!

Henrique Pereira dos Santos disse...

Sobre a questão do lobo.
Não é falta de iniciativas dos investigadores que me preocupa, é a falta de iniciativa de todos nós.
Quanto aos factores de ameaça das populações ao Sul do Douro parece-me excessivo ir buscar os parques eólicos e outras coisas que tal.
Em vez de misturar quinhentas coisas concentremo-nos numa: falta de presas, que está relacionado há muito com o declínio do pastoreio.
O resto são factores a reboque deste.
Convenhamos que o ICN tem muito pouca responsabilidade nisso.
Aliás eu não desresponsabilizei o ICN de nada, simplesmente não aceito que toda a gente se esconda atrás das responsabilidades do ICN.
Mas não é essa a questão: há agora uma oportunidade e não somos capazes de lhe responder porque estamos mais preocupados em discutir responsabilidades dos outros que em assumir as nossas próprias.
henrique pereira dos santos

miguelbarbosa disse...

Caro Henrique Pereira dos Santos, como elemento do ICN que é tenho apenas uma simples pergunta a fazer-lhe: concorda com a instalação de aerogeradores nos terrenos das aldeias de Montesinho, Rio de Onor, Guadramil, Travanca, Pinheiro Novo, Vilarinho, Zeive, Soutelo e Mofreita?

Henrique Pereira dos Santos disse...

Caro Miguel,
Lamento desiludi-lo mas não respondo como elemento do ICN, não é essa a minha qualidade aqui.
Pessoalmente não tenho resposta directa: nunca avaliei concretamente o problema.
Admito sem problema que se decidam que em algumas áreas do país não se instalem aerogeradores. Admito que uma dessas áreas seja Montezinho. Mas repito, não avaliei o problema.
Agora é a minha vez de perguntar:
quais são as razões que tornam Montezinho singular e justificam a não instalação de aerogeradores?
Esta é uma pergunta a que deveremos saber responder para tornar eficaz a oposição à instalação de aerogeradores.
henrique pereira dos santos

Victor Alves disse...

As razões são bem perceptíveis, na minha opinião em qualquer área protegida deveria ser proibido fazê-lo, independentemente qual ela for.
A singularidade de Montesinho e de qualquer outra área é aquela que lhe valeu a qualidade de receber tal estatuto e portanto este deve ser respeitado.

Henrique Pereira dos Santos disse...

Esta resposta, em Portugal e nas condições concertas de Portugal é o mesmo que dizer: prefiro o nuclear ou os gases com efeito de estufa a parques eólicos.
É perfeitamente defensável.
Eu, no entanto, tenho outra opinião.
henrique pereira dos santos

Victor Alves disse...

Vamos lá ver o que vai sair desse Plano de Ordenamento, depois da tal rescisão com o IPB, temo o pior.

Victor Alves disse...

Sr. Henrique Pereira dos Santos: em Portugal não haverá mesmo outra forma alternativa à construção deste parque eólico, como forma de reduzir o nosso contributo para o efeito de estufa e manter distante o nuclear?
Tal construção irá resolver a nossa "crise energética"? Mto longe disso por certo...

Victor Alves disse...

Será que se enchêssemos de eólicas todas as nossas serras que se encontram em zonas protegidas, iriamos ter o problema energético resolvido?
Porque são as alterações climáticas mais graves que a perda de habitas e de espécies pela construção deste tipo de infrastruturas? As alterações climaticas são de causa exclusivamente humana?Poderam não ser.
Será assim tão mau para nós e para os restantes seres viver com 2 ou 3 grau de temperatura acima da média actual apesar das suas implicações? A Tº na Terra nunca foi constante houve adaptações e extinsões.

Não se resolve um problema criando outro problema.

miguelbarbosa disse...

Agradeço a todos a participação nesta discussão. Cada um quer o melhor para o Parque Natural de Montesinho e penso que no fundo todos concordamos que a melhor maneira de o preservar para as gerações vindouras será poupá-lo à proliferação de acessos eólicos. A minha família (também) é de Bragança, pelo menos uma vez por mês saio para o campo no Montesinho, acompanho uma alcateia de lobos que desde há vários anos cria invariavelmente no mesmo local (a cerca de 100 metros de uma cumeada onde, com grande probabilidade, serão instalados aerogeradores). Que acontecerá a essa alcateia se o projecto eólico avançar? A conservação da Natureza recuará vários anos, Portugal desistirá de certa forma de perservar os seus últimos santuários naturais... Não gostava que o meu país tomasse este rumo e espero que nos organismos públicos, nomeadamente na autarquia de Bragança, percebam que há muita gente, incluindo um número considerável de bragançanos, a pensar desta maneira.

Unknown disse...

A meu ver as notícias sobre o Mega Parque Eólico em Motesinho são meramente especulativas. Quem entende um pouco de projectos eólicos (e a comunicação social tinha a obrigação de informar-se) sabe que um parque eólico só pode ser construído se existir uma rede eléctrica para escoar a energia produzida. Ora, segundo os planos da REN, os investimentos previstos de ampliação da rede até 1013 estão limitados nesta região a Mogadouro e não para uma capacidade eólica daquela dimensão.
Por outro lado, a atribuição da pontos de ligação à rede eléctrica é actualmente feita por concurso (em curso) e segundo a capacidade da rede eléctrica ou o seu plano de ampliação. Se estes promotores que vieram prometer um Mega parque eólico também não fazem parte dos consórcios que concorreram ao concurso que está quase finalizado, como podem vir anunciar um investimento desta dimensão? Parece-me pura especulação e que não devem ser levadas muito a sério!!!

Roel Klein disse...

As a journalist for a tourist magazine (Op Lemen Voeten) in Holland and an author of walking guides about Portugal for the Dutch and Belgian public, I want to express my concern about the recent developments on wind energy in Portugal. I am very pleased to have the opportunity to participate in the current discussion in your country about this very important issue. Despite the fact that I am strongly in favour of the development of renewable sources of energy, I am opposed to the way it is implemented in your country. Portugal has some of the most outstanding natural parks and reserves of Europe. It is a unique landscape with a mixture of Atlantic, continental en Mediterranean climatologic influences. Each of the parks has its own characteristics (landscape, fauna, flora). Why does your country give up so easily this important heritage by allowing to build wind parks within the limits of areas which have the status of protected landscape, such as Serra d’Aire e Candeeiros, Serra da Estrela, Serra do Alvão, Costa Vicentina, nearby the Serra da Peneda and now maybe in Montesinho. There are some strong arguments against this:

- wind energy can never be the only solution regarding renewable sources of energy, while the consequences for the landscape are irreversible. Planning carefully is therefore of the greatest importance.
- natural parks comprise less than 1/5 of the area of Portugal. So it is not necessary to start in these particular areas.
- the economic advantages for the local population have to be compared to the eventual loss of revenues from tourism in the concerning areas. Portugal will be less and less interesting as a holiday country for nature loving foreigners.

It is my prediction that in a few years time the current euphoria concerning wind energy in Portugal will make place for great concern about the increased messiness of your country. I sincerely hope that you will be able to counteract this development. For the generations to come the preservation of unspoiled landscapes are as important as the development of sustainable energy.

Roelof Jan Herman Klein
Amsterdam

Anónimo disse...

eÉ triste mas temos que fazer alguma coisa, pois os politicos não olham a meios para dar cabo do nosso património natural, Montezinho é um caso gritante,mas hà outros, como por exemplo em Penamacor em que não há nenhuma Serra deste Concelho que não tenham aerogeradores, escapando por enquanto a RESERVA NATURAL DA MALCATA, até quando? pois o presidente da Câmara Municipal, mais um vereador(que já foi funcionário da Reserva)têm dito à boca cheia que a RESERVA DA MALCATA é um entrave ao pogresso. Parabéns pelo excelente blog, temos que lutar pelo Parque Nacional De Montesinho e de qualquer outra aréa protegida,conservar estas aréas tambem faz parte das grandes preocupações deste MUNDO, pois animais somos nós todos, o Homen destingue-se das outras espécis e o politico destingue-se do Homen.

Anónimo disse...

Ora bem que raio de analistas são vocés?que comentários são esses?Vocés conhecem a natureza?Somos apenas portugueses e se um critica o outro tambem critica?è isso que vocés querem?Eu acho bem a instalação de parque eólico nessa zona visto que é a melhor zona do pais e pelo qual já está provado.Que mal tem?preferem uma central nuclear talvez,a energia eólica é praticamente limpa,são contra o parque no montesinho e não somos com os produtos que usamos em casa como lixívias, produtos da loiça,emissões de co2 dos nossos carros,tractores,maquinas de lavar,derivados de petróleo como plásticos ,etc....
e aquilo que será uma grande fonte de riqueza de milhões de euros anual e respeita a natureza será o início de uma menor dependencia a nivel energetico para portugal.E o Instituto da Conservação da Natureza e o Ministério do Meio Ambiente se analisarem bem este objectivo optarão pelo sim autorizar concerteza um parque eólico e o parque vai continuar o mesmo de sempre.Entendam que o nosso pais nao pode ter em conta as despesas mas sim as receitas.

Lemuel Silva disse...

Caro Miguel Barbosa,

Bom dia. Estava a fazer uma revisão aos tópicos publicados por si ao longo de tantos anos e deparei-me, neste tópico, com uma linda fotografia da "lagoa de Guadramil". Seria possível dizer-me onde fica? Como chegar lá? Se soubesse dizer-me as coordenadas, mesmo que off road, seria perfeito. De qualquer forma, qualquer informação poderia ser-me muito útil. Vou estar de ferias em Guadramil uma semana e gostava de encontrar esta lagoa. Tarefa que está a ser difícil, pois não encontro informação em mais lado nenhum na internet. Nem mesmo no Gps, tenho o mapa topográfico da zona de Guadramil e não vejo mancha de agua alguma. Posso estar a procurar mal mas o que é certo é que a sua ajuda seria preciosa.

Com os melhores cumprimentos,

Lemuel Silva